terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu me distraio dos afazeres e ouço displicentemente a tua voz ao longe se queixando..
E revejo como num filme em câmera lenta tuas atitudes duras me repelindo e menosprezando os presentes que te dou e a mim mesma, que faço de mim presente e me oferto pateticamente a ti..
No mais das vezes eu fico lá com o braço estendido sem que você receba me deixando sem saber o que fazer de mim.
É esmagadora essa sua renovada capacidade de me diminuir, de me fazer sentir rejeitada.. eu penso mesmo é que pra você só posso ser presente, quando ausente.
É como a hipermetropia, sabe? Você só me vê bem de longe! De perto eu fico meio borrada, totalmente imperfeita, “incapaz” (como você gosta de dizer antes de qualquer queixa: “você é incapaz de blablabla ”).
Tento seguir em frente sem me abalar demais, enquanto pareço ouvir insistentemente a sua voz na minha cabeça: “não te quero, não te quero, não te quero...”
E para ser muito honesta, quem não quer mais sou eu!
Não quero mais que isso me atinja tão fundo, não quero mais que isso deixe quaisquer marcas em mim..
Queria me tomar nas mãos e dizer, bem altiva: “Eu não te pertenço mais, você não tem mais poder sobre mim” e ir embora..
Mas eu sei que ir embora é ainda uma maneira de cultivar a esperança de que você me queira..

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